Terra de Contrastes: Descobrindo as Múltiplas Faces de Angola

Há quem diga que há várias Angolas. Uma delas é intensa, vibrante, repleta de cores, cheiros, sons e vida. Essa intensidade fica impregnada naqueles que nela habitam através de um forte ímpeto cultural que marca qualquer um que a visita.

Mas há uma outra Angola que poucos conhecem. Nesta Angola o tempo passa devagar. A paisagem verde extende-se a perder de vista. Os bandos de javas voam tranquilamente em direcção ao pôr-do sol que enche o céu de tons alaranjados e dourados. Nesta Angola os rios abraçam as várzeas e as matas são cheias de vida.

Nesta Angola vive um povo sereno e trabalhador feito de bravas mulheres e homens que carregam a tradição do cultivo artesanal de arroz. Esse conhecimento tem sido passado de geração em geração assim como as sementes nativas cuja origem remonta à época colonial, quando todo o país recebia arroz colhido ali.

Esta região é o Songo. Situada no planalto central de Angola e formada pelos municípios de Cambundi Catembo, Luquembo e Quirima. Nela, as várzeas são extensas e as chuvas abundantes. A natureza e a cultura humana unem-se com as condições perfeitas para a produção de arroz.

Assim tem sido, ano após ano pelas últimas décadas. A outra Angola tomou o seu rumo, absorveu influencias e foi-se transformando. Mas esta, a Angola profunda e remota que por muitos anos só era alcançada por um caminho tortuoso de terra, permaneceu ao seu ritmo.

Recentemente a nova estrada trouxe o progresso ao Songo. A Bonsae foi a primeira empresa a retomar a produção comercial na região. A par desse esforço acontece também a valorização do arroz cultivado artesanalmente pelas comunidades locais.

O Arroz Jombo provém das culturas da população local do Songo que são inteiramente trabalhadas à mão, utilizando sementes tradicionais, de modo orgânico e sem qualquer uso de fertilizantes ou defensivos. Por se tratar de arroz integral, o processo de descasque dos grãos é feito de modo a manter o farelo e o gérmen, o que se traduz num arroz rico em fibras e nutrientes.

É um arroz para se preparar e comer com tempo. Ao ritmo da vida na Angola

Categories:

Tags:

No responses yet

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *